terça-feira, 15 de outubro de 2013

Surto ou susto?

Ando meio desanimada de postar aqui. Percebi que quase ninguém acompanha mesmo. Na ultima postagem, ninguém viu. Não quero mais fazer "publicidade" do blog. Quem acompanha vê, quem não acompanha, não. Simples. Hoje, dia 15, se completam 5 meses que a minha vida como era antes acabou. Ando cansada de ter medo de ser dramática. Pois eu vivo sim um drama, que é só meu. Conto dias "celebrando" datas que eu nem imaginava. 60 dias tomando injeção... E daí? Será pra vida toda mesmo. 5 meses onde um nome todos os dias passa pela cabeça: "esclerose" ... Tá sim tudo sob controle... Remédios em ordem, trabalhando bem, graças a Deus... Aos poucos eu me conformo com essa realidade. Sim, ainda me chateio pelo abandono de parentes (seres tão nojentos e mesquinhos que ou acham que eu vou "dar trabalho" ou que doença auto imune é contagiosa - cada um com a sua burrice -) e me chateio também por sentir medo FULL TIME. Essa semana, estava me sentindo bem, disposta. Subi 15 andares de escada pra chegar em casa por conta de uma falta de luz, andei muito, fiquei tensa e ilhada em casa por culpa de uma dessas manifestações escrotas que ferrou tudo perto da minha casa, depois trabalhei muito no final de semana. Resultado: formigamento e fraqueza. Seria um surto? Menos de 6 meses depois? Teria que fazer mais pulsoterapia? Desespero! Enfim, não era surto! Era um susto, causado pelo esforço físico excessivo e estresse! Hj estou bem melhor, mas arrasada pela fadiga!!! E também com um cansaço sem fim das pessoas, que te " apóiam" quando tua dor é novidade. Salvo raras exceções ( graças a Deus elas existem) ninguém liga muito hoje em dia em saber como esta a Carolina. Ta... ando muito dramática, mas me dei esse direito e não ando ligando muito. Sinto ainda as mesmas saudades que comentei no post anterior ( aquele que ninguém viu pq não "divulguei") mas tenho sentido um amor muito grande vindo de poucos amigos e da minha pequenina família! E de Deus. Esse nunca abandona. Esses dias soube que talvez meu ano comece com uma mudanças das grandes... Mas quando for certo, comento. Será que mudanças não vão parar de acontecer? Já cansei... 

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

SAUDADE.

Da minha avó, dona Waldinéia. Da época da escola, de ter 14 anos e achar que tudo era de uma intensidade ímpar. De achar que 1 ano era muito tempo. Do ano de 2006 (só eu sei porque). De um certo Nhoque com carne assada, que eu nunca mais vou comer. De "saber" que tudo pode acontecer com todo mundo, menos comigo (aí vem a vida e mostra que as coisas também acontecem com a gente). De abraço sem motivo. De churrasco e risada com os amigos também sem motivo. Dos melhores shows do mundo. Dos movimentos que a minha barriga fazia quando a Clara morava nela. Do barulho do coração dela em cada ultra. Do Festival de Poesia da escola. Do meu caderno de perguntas, que só sumiu há pouco tempo. Da Pavuna e daqueles ares do subúrbio de anos atrás. De tomar banho de mangueira e de roubar manga do quintal do Seu Crispim. De pegar doce do dia de São Cosme e Damião. De passar madrugadas jogando buraco com a minha avó, minha tia- avó, e sempre perder. Dos finais de semana na casa da minha tia, com as minhas primas. Da Vila Nossa Senhora da Glória, onde passei os 10 primeiros anos da minha vida. De brincar de pique bandeira, de Barbie na casa da Tamara. De pessoas que eu lembro do rosto, dos nomes, das datas de aniversário, mesmo não as vendo em mais de 19 anos... (Joyce, Marcela, Joca, Edu, Bia, Gustavo...). Do meu avô, Seu Itamar, do que eu a que ele visse acontecer. Da Pita, da Priscila, da Olívia, da Britney. De brincar de quem comia mais pizza no rodízio, ou de quem achava mais luzes na época de Natal. De passar as tardes assistindo Supernova. Dos feriados em Araruama. De ser criança. De beber litros e mais litros de coca-cola com pipoca. De assistir junto da minha vó cada novela mexicana do SBT. De ouvir o telefone de casa tocar, e saber que era ela, sempre ela.
Saudade é algo estranho. Sentimos do que foi bom, mas nem sempre é bom sentir. Dói quando só ela sobra. Quando o telefone não toca mais, ou quando se tem medo de visitar o bairro onde você passou as épocas mais felizes da sua vida.
Uma vez li uma definição: substantivo abstrato presente na língua portuguesa apenas. Não sei se isso é verdade, se existe ou não em outras línguas. Mas é todo homem, de qualquer raça, cor, nacionalidade, sempre vai sentir.
Dia 30 de janeiro, coincidentemente ou não, é dia da saudade. Nesse dia, neste ano de 2013, minha mãe-vó-amiga foi embora. Desde então, cada dia entendo mais sobre o que é sentir saudade.
Me pergunto: Sentirão, um dia, saudade de mim?