segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Family Tree.

Três meses e meio sem postar. Shame on me.
Bem, antes tarde do que nunca né?
Eu confesso que tive que reler o meu último post antes de começar a escrever, afinal, em 3 meses, esclerosada ou não, eu nunca lembraria do que já contei né? rs

No último post falei sobre o "aniversário" do meu diagnóstico, sobre o tempo e como ele friamente corre.
Muita aconteceu nesses meses em que eu não postei nada. Eu fiz 30 anos. Quão bizarro é isso? Achava bobo, mas isso tem mesmo um impacto na vida. Eu cresci e não é fácil lidar comigo adulta. rs.

Em agosto, completei 1 ano tomando o Copaxone. UM ANO DE INJEÇÃO TODO DIA. Credo. 365 agulhas naquela caixinha de isopor. Medonho no mínimo. E eu me pego com medo de exame de sangue, vai entender... Confesso que não deve ter exatamente 365 ampolas ali, pq eu tive uma fase rebelde em agosto e de birra, pura birra, fiquei 3 dias sem tomar. Por mais forte que se seja, tem um dia que você quer só ser normal, escovar os dentes e dormir, sem antes tomar uma agulhada que vai latejar até você pegar no sono... mas a rebeldia passou e eu estou firme no Copaxone, e a EM está lá, dormindo, quem sabe morta (amém!).

Em Campinas, tudo nos conformes, tudo lindo. Amigos novos muito queridos, trabalho rolando (devagar, mas rolando), um grau lindo de amor pelo nosso apartamento, Clara adaptada na nova escola (lendo e escrevendo tudo, morro de amor gente!!!! ), marido feliz, enfim.... tudo nos conformes. Os ares do interior fizeram bem pra gente. Graças a Deus, a adaptação foi muito tranquila, e hoje, podemos dizer que voltar ao Rio não está nos planos. Não mesmo.

Morar aqui trouxe uma paz que eu ainda não havia experimentado. É estranha ainda a solidão, e por mais que muitos amigos novos e queridos tenham aparecido, sinto nostalgia, saudade de uma época que não volta.... seria bom se não fosse triste, dadas as circunstâncias que as coisas aconteceram. Teve ruptura com direito à punhalada nas costas, teve uma aliança que eu nunca esperei se formando diante dos meus olhos, teve morte... credo. Foi feio mesmo, mas mesmo que pareça bizarro e traumatizante, Deus agiu pro meu bem, me trazendo pra cá, onde eu posso ser feliz começando do zero que uma família que é minha por escolha e que cuida de mim, estando eu bem de saúde ou não, triste ou feliz, num extremo ou noutro da balança. Aos poucos a dor vai passando, eu vou me conformando com o fato de que as pessoas não mudaram, eu é que nunca as tinha visto com os olhos verdadeiramente abertos.

Eu nas crises de nostalgia redescobri uma música que eu ouvia muito. É de uma banda escocesa chamada Belle & Sebastian, banda que o Felipe me apresentou assim que nós começamos a namorar e pela qual me apaixonei. Essa música foi escrita para mim e pra um monte de Carolinas que nasceram no lugar errado, das pessoas erradas.

Bem, momento desabafo passou. Agora vou lá cantar a música usando todo meu inglês com sotaque britânico, afinal, ela fala de mim, até que se prove o contrário. hahahaha

Até a próxima.





 "I've been feeling down
I've been looking round the town
For somebody just like me
But the only ones I see
Are the dummies in the window
They spend their money on clothes
It saddens me to think
That the only ones I see are mannequins
Looking stupid, being used and being thin
And I don't know why I hang around with them
The way they act, I'd rather be fat than be confused
The way they act, I'd rather be fat than be confused
Than be me in a cage
With a bottle of rage
And a family like the mafia

I've been feeling blue
And I don't know what to do
And I never get a thrill
And they threw me out of school
'Cause I swore at all the teachers
Because they never teach us
A thing I want to know
We do Chemistry, Biology and Maths
I want Poetry and Music and some laughs
And I don't think it's an awful lot to ask

So won't you please get up off your knees, and let me go
So won't you please get up off your knees, and let me go
Cause I'm here in a cage
With a bottle of rage
And a family like the mafia... "



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